Você “acredita” em Astrologia?

Divani TerçarolliArtigos, Textos Diversos

Essa é uma pergunta que aparece constantemente na mídia e que já traz, embutida na sua formulação, o preconceito. Claro! Alguém pergunta se você acredita em Química, ou em Matemática?
Convenhamos: Astrologia não é algo em que se deva “acreditar”  simplesmente porque ela não é uma crença ou religião. Ela também não é ciência, pelo menos, não do jeito que hoje se entende essa palavra. Na verdade ela é pré-científica. Explico: antigamente todo tipo de conhecimento era chamado Filosofia. Depois, o conhecimento das coisas da natureza passou a chamar-se ciência, e a busca do sentido da vida, Filosofia.
Antes dessa separação, a visão de mundo, o “paradigma” que dominava, era chamado de organicista, pois entendia o mundo como um organismo vivo, dotado de alma e de sentido, e governado por uma inteligência infinita. Esse Ser Supremo não era separado do mundo, mas estava presente em todos os processos e ciclos da natureza .

Após o século XVII, o paradigma mecanicista passou a impor sua visão de mundo baseada apenas na experiência ou empirismo: só o que pudesse ser verificado pelos sentidos era tido como verdadeiro; o universo era fruto de forças cegas, agindo ao acaso, desprovido de alma e de sentido.

Já para a Astrologia, tudo no universo refletia aquela inteligência infinita, as estrelas e os planetas eram expressões das funções desse organismo vivo, assim como os diversos órgãos do corpo humano são expressões e instrumentos de suas funções. Cada coisa era parte de um todo maior, sendo ao mesmo tempo um todo também, com suas próprias partes subordinadas. Esse conceito é conhecido como Microcosmo e Macrocosmo. A parte está contida no Todo como a onda está contida no oceano. A essência desse ensinamento está presente na máxima hermética, “o que está em cima, é como o que está embaixo”. Dessa forma, ‘o Homem reflete o Cosmos’.

Portanto, o saber astrológico é vertical, acausal, ou seja, não se baseia no principio de causa-efeito, mas sim, na lei de correspondência; é subjetivo.
O saber científico é horizontal, causal, ou seja, baseia-se na lei de causa-efeito, na quantificação de forças; é objetivo.
Os dois saberes são antagônicos, fruto de visões de mundo completamente diferentes. Por isso os cientistas não entendem que os planetas não causam eventos, assim como o relógio não cria o Tempo, apenas os refletem simbolicamente. Até onde sabemos hoje, não existem forças envolvidas nesse processo, só analogia.

Astrologia é uma linguagem humana de base simbólica. Ela estuda as correspondências entre fenômenos celestes e terrestres ou, mais especificamente, trata de estabelecer a relação simbólica entre um certo arranjo de planetas, num dado momento do tempo e do espaço, e o caráter do indivíduo nascido naquele momento. Tem por objetivo acompanhar o individuo no processo de realização, tão plena quanto possível, do potencial com que nasceu, e aumentar a harmonia, tolerância e a compreensão entre as pessoas.

Atualmente, parece que o paradigma mecanicista está com os dias contados. O moderno conceito de Holismo retoma a idéia de que tudo está interligado no Universo, que o mundo é uma vasta rede, ou teia, e que tudo que afeta a um dos componentes desta rede, afeta o Todo. Físicos como David Bohn, com sua teoria holográfica e Fritjof Capra, com suas obras “O Tao da Física” e “O Ponto de Mutação”, entre muitos outros cientistas, afirmam que cada parte do universo é um testemunho da estrutura e do processo do todo, ou seja, o todo está contido nas partes. O mais interessante é que esses novos desenvolvimentos da ciência estão, justamente, confirmando os princípios sobre os quais a Astrologia se assenta.

E então? Será que não está na hora de revermos nossos velhos preconceitos?