Todo ser humano tem como objetivo encontrar na vida um estado pleno de satisfação. Caso essa premissa não fosse verdade, analistas, psicólogos e psicanalistas estariam fadados a mudar de profissão. O que ocorre, no entanto, é exatamente o contrário. A cada dia, um maior número de pessoas buscam profissionais para lhes auxiliarem no auto-conhecimento, em busca de uma melhor compreensão da sua própria personalidade, tendo como meta maior a realização pessoal e, conseqüentemente, um encontro com este “estado de satisfação”.
Quem busca este tipo de ajuda, facilmente compreende a necessidade de libertar-se dos grilhões que o impedem de encontrar a felicidade, sabendo inclusive, que a solução está dentro de si mesmo, necessitando apenas do auxílio de alguém que o faça enxergar e dimensionar seus potenciais e “desvios”. Uma pessoa realizada é, sem dúvida, alguém que encontrou seu “caminho de vida”.
O grande problema, porém, é que a maioria das pessoas encara o “estado de plena satisfação” como uma meta utópica, contentando-se com uma felicidade momentânea e passageira. Há, por isso, a crença de que a realização plena é inatingível ou, no mínimo, disponível para um pequeno número de “eleitos pela sorte”.
Isso não pode estar certo! Se existe uma Força Maior, um Deus, não se pode compactuar com idéia de que a satisfação plena é inatingível e muito menos acomodar-se. Não ir ao encontro de sua satisfação é desperdiçar a oportunidade de viver plenamente.
Entretanto, seria simplista a afirmação de que basta desejar encontrar a tal da satisfação para que, imediatamente, ela surja. Ocorre que muitas pessoas não a encontram por não saberem o que ela é nem onde está, de tão envolvidas e “contaminadas” pelo contexto sócio-cultural-familiar em que estão inseridas. Ou seja, entendem como meta de realização atingirem um padrão sócio-cultural-profissional aceitável pela sociedade em que vivem, deixando de lado suas próprias metas. Para eles, a realização e a satisfação tem origem fora deles mesmos! Sob o ponto de vista psicológico, isso se trata de uma verdadeira agressão ao indivíduo. A filosofia – mundana, diga-se de passagem – de vida ocidental tem nos legado esta atitude anti-natural há séculos, em nome do domínio da razão e na busca de um conhecimento e compreensão inatingíveis por princípio, uma vez que estamos na contra-mão da estrada do auto-conhecimento.
Cabe, neste ponto, esclarecer que a sociedade e a família não devem ir além dos limites necessários ao crescimento do indivíduo como “ser individuado”, livre e independente, pois, somente assim, ele poderá tomar decisões tendo como parâmetro fundamental o “si mesmo”, não num sentido egoísta mas num sentido de “integralidade”. A sociedade e a família devem ser entendidas como campos de experiência, em que o indivíduo está inserido no seu processo constante de evolução. É o seu meio ambiente, um dos desafios presentes na complexidade do SER, que a Astrologia explica de forma clara quando delimita as “Casas Terrestres”.
É mais do que evidente que a satisfação nunca será atingida se não houver uma clara visão daquilo que é inerente a si mesmo em contraposição àquilo que foi “introduzido” em si, seja pela sociedade ou pela família, não significando, no entanto, que a família e a sociedade são nocivas ao indivíduo.
Com isso, pode-se perceber a grande diferença entre o “sucesso mundano” e o “estado de satisfação” aqui referido. O indivíduo, ao buscar a realização e concretização de metas não alinhadas com seu verdadeiro SER, nunca encontrará o estado de satisfação, por mais sucesso mundano que possa aparentar. Não fosse assim, o consumo de álcool e drogas e os índices de suicídio seriam muito menores nas “classes socialmente privilegiadas”!
Satisfação é realizar plenamente os desejos e necessidades do SER. É ouvir o chamamento interior, do Latim ,”vocare”- chamar – , ou seja, a vocação.