De tempos em tempos os astrônomos sacam essas questões para aborrecer os astrólogos, penso eu. Recentemente, mais uma vez estivemos na berlinda quando astrônomos de Minnesota, EUA, “descobriram” que os signos mudaram de posição e haveria necessidade de se corrigir essa distorção e, ainda, de incorporar um 13. signo ao zodíaco. Essa questão é recorrente no meio astronômico e reflete o total desconhecimento que os astrônomos têm acerca dos princípios que regem a Astrologia. Antes de fazer afirmações esses críticos deveriam procurar conhecer um pouco mais sobre o tema que pretendem criticar, não acham? Mas vamos lá, mais uma vez:
A Astrologia praticada no ocidente não utiliza constelações. Ela usa como base simbólica a Eclíptica, um círculo imaginário que descreve o movimento aparente do Sol ao redor da Terra. Todos sabem que é a Terra que gira em torno do Sol, mas para quem está na superfície da Terra, parece que é o Sol que está se movendo. Durante séculos os seres humanos pensaram que era dessa forma e homens de ciência, como Galileu Galilei, chegaram a ser ameaçados de morte pela “heresia” de afirmarem o contrário – que era a Terra que girava em torno do Sol. A Astrologia continua sendo geocêntrica, ou seja, usa o ponto de vista da Terra como centro, pois é aqui na Terra, afinal, que a vida humana acontece.
Assim, o zodíaco usado pelos astrólogos na Astrologia ocidental é o zodíaco trópico ou zodíaco dos signos, que nada mais é do que a Eclíptica dividida em 12 segmentos iguais de 30 graus cada um – os SIGNOS – e que apenas toma por empréstimo os nomes das constelações próximas. Portanto, é um zodíaco virtual que nada tem a ver com o zodíaco das constelações.
Quanto a incorporar outro signo não há a menor necessidade. Há milênios se utilizam 12 signos que atendem, perfeitamente, às necessidades da Astrologia. No entanto, o fato de existirem 12 signos não deve ser gratuito pois, afinal, eram 12 as tribos de Israel, Cristo teve 12 apóstolos e 12 são os meses do ano.
Assim como as letras do alfabeto servem para expressar os diversos sons que a voz humana é capaz de emitir, para falar português eu não vou precisar do “th”, pois esse som não existe no nosso idioma. E a Astrologia é uma linguagem humana de base simbólica.
O saber astrológico é vertical, acausal, ou seja, não se baseia no principio de causa-efeito, mas sim, na lei de correspondência, é subjetivo.
O saber científico, como a astronomia, é horizontal, causal, ou seja, baseia-se na lei de causa-efeito, na quantificação de forças, é objetivo.
Os dois saberes são antagônicos, fruto de visões de mundo completamente diferentes. Por isso os cientistas não entendem que, os planetas não causam eventos, assim como o relógio não cria o Tempo, apenas os refletem simbolicamente.
A essência do conhecimento astrológico está presente na Lei da Correspondência, máxima hermética que afirma que “o que está em cima, é como o que está embaixo”.
Não existem forças ou energias emanando de planetas e estrelas envolvidas nisso. É sincronicidade, pura analogia e correspondências entre fenômenos celestes e terrestres, ou mais especificamente, trata-se de estabelecer a relação simbólica entre um certo arranjo de planetas, num dado momento do tempo e do espaço, e o caráter do indivíduo nascido naquele momento.
Como está li, há muitos anos atrás, num texto do jornal Universus: “quando conseguimos compreender a mensagem simbólica escrita no céu, na grandiosidade que se encontra acima de nós, podemos entender o que se passa no nosso pequeno mundo já que, nós seres humanos, assim como o universo, o sistema solar e os micróbios, somos tudo, “farinha do mesmo saco”.