Durante séculos, a humanidade acreditou que o único jeito de escapar do Destino, era deixar de se identificar com a vida material e identificar-se com a vida espíritual.
As doutrinas do oriente também diziam que essa era a única maneira de se libertar da Roda das Reencarnações e do Karma. Afinal, o Destino estava irremediavelmente atado ao destino do corpo, à hereditariedade e à condição social familiar.
Foi apenas a partir da Renascença que isso começou a mudar. Nesse período houve uma volta ao valores da cultura greco-romana da antigüidade clássica e muitas obras daquela época foram traduzidas, entre elas, textos gnósticos e herméticos que descreviam o homem como um grande milagre, uma criatura digna de adoração e de honra, por ser participante da natureza de Deus e não um mero joguete da Vontade Divina.
Sendo o homem também divino, então, reforçando sua identidade divina, seria possível libertar-se das garras do Destino.
Os níveis onde o Destino poderia se manifestar estariam intimamente relacionados à atitude interna da pessoa e ao seu relacionamento com o mundo divino: o mundo espiritual, arquetípico, o imaginário.
Os planetas no mapa natal, nessa nova ótica, não eram apenas corpos físicos no espaço, mas também, símbolos e imagens dentro do mundo psíquico do homem. Essas imagens planetárias seriam a ponte entre os mundos, através da qual seria possível unir o que está embaixo com o que está em cima.
A criação de imagens ou símbolos é uma operação humana e no símbolo, finalmente, estava a liberdade. Trabalhar com esse material, criar novas conexões, construiria o elo de ligação entre Deus e sua criação, entre as idéias, e sua manifestação física, entre liberdade e fatalidade.
Citando o mestre hindú Yogananda; “Sorte, Karma, Destino, chamem-lhe o que quiserem; existe uma lei de justiça que de algum modo, mas não por acaso, determina a nossa raça, a nossa estrutura física e algumas de nossas características mentais e emocionais. O importante é compreender que, se não podemos fugir ao nosso modelo básico, podemos agir em conformidade com ele – e, assim, sermos livres. Quanto mais profunda for a autocompreensão de um homem, mais ele influenciará todo o Universo e menos será afetado pelo fluxo dos fenômenos (Karma).”
O Sol é um simbolo do espírito, da consciência e da vontade, sendo associado ao Ego (personalidade), e também ao Self (individualidade); tem a ver com o conceito de livre-arbítrio que significa “eu julgo o que me é conveniente”.
Carl G. Jung definiu livre-arbítrio como “a capacidade de fazer de boa vontade o que se precisa fazer”.
Isso implica na descoberta de um significado que faz com que o destino pareça certo, como se a própria pessoa o tivesse escolhido. A consciência, é o fiel da balança onde se equilibram fatalidade e liberdade, pois de acordo com ela, podemos entender o significado das experiências e colaborar com elas. Devemos trabalhá-la em conformidade com o nosso Sol natal.
Se as previsões dos astrólogos de antigamente nos parecem mais precisas e fatalistas do que hoje em dia é porque, antigamente, as pessoas não tinham muitas opções na vida, estavam atadas às condições herdadas pelo nascimento, presas ao seu destino familiar. Os símbolos astrológicos refletiam essa imobilidade, seu simbolismo era muito mais pobre, portanto a interpretação era simplificada.
A elevação do estado de consciência da humanidade e a complexidade da vida moderna acrescentaram milhares de novos significados aos símbolos astrológicos. Assim, quanto mais o homem buscar o auto conhecimento, quanto mais ele desenvolver seu sentido de Self, mais ele se libertará dos efeitos do Karma, Destino, etc.
Essa constatação sugere que, talvez, liberdade ou fatalidade, sejam apenas uma questão de escolha…