Chegamos ao fim de mais um ano. Apesar das catástrofes, naturais ou provocadas por mãos humanas, da violência, dos intermináveis ataques terroristas, da crise financeira mundial, etc., etc., sempre temos o que celebrar. Qualquer sofrimento nunca é em vão. Aprendemos muito com essa crise, com certeza. Aprendemos a valorizar mais o SER do que o TER, a distinguir o permanente do transitório. A ver o que realmente tem valor.
O ano de 2008 foi governado por Marte, deus da Guerra na mitologia romana. O ano que se aproxima (o ano astrológico se inicia a 20 de março), será regido pelo Sol, símbolo da Vida, da Divindade, a fonte de onde tudo provém. Sem dúvida uma boa mudança.
O Sol representa a consciência e o espírito. O polêmico planeta Plutão ingressando no signo de Capricórnio, também sinaliza uma conscientização e grande transformação em curso nas estruturas sobre as quais nossa sociedade está alicerçada. Uma nova ordem mundial está se esboçando. Os países do ocidente estão revendo conceitos antes muito caros ao capitalismo. O próprio capitalismo enquanto sistema econômico está sofrendo incríveis mutações, e atualmente, a mão forte de um estado regulador é até desejada por muitos setores da economia. A globalização globalizou também as dificuldades e hoje se sabe que ninguém está imune às conseqüências de políticas suicidas adotadas pelos defensores do lucro a qualquer preço. Foi em nome desse lucro que maltrataram a natureza, que hoje dá o troco, e todos sofrem com as calamidades do clima e conseqüente quebra de safras, trazendo a ameaça da fome e de convulsões sociais. O novo dirigente americano, Barack Obama, prometeu defender o meio-ambiente e adotar o protocolo de Kioto, de metas até modestas diante da rapidez com que as tranformações climáticas estão acontecendo.
O Sol, regente de 2009, para os antigos era “O olho da Divindade”, aquele que tudo sabe, tudo vê, e tudo revela.. O Sol é um símbolo da inteireza, da totalidade, e precisamos aprender que globalização não significa nivelar toda a humanidade a um modêlo único, mas entender que nosso ponto em comum é, precisamente, o fato de sermos humanos, não importa o que pensemos ou como vivamos. Cada um de nós tem suas particularidades, assim precisamos aprender a aceitar e a respeitar as diferenças. Todos são parte do Todo maior que é a Humanidade.
O Sol nasce no oriente, o que deu origem às palavras orientar e orientação. Orientar-se é buscar o seu centro solar, um propósito, um significado, uma direção enfim. O ano que se aproxima, governado pelo Sol, será um ano em que questionaremos muito o tipo de mundo que estamos construindo, o tipo de mundo que queremos para viver e criar nossos filhos, e o propósito de nossas vidas e de nossa experiência sobre a terra. Terra… nosso único lar. Essa discussão, em nível coletivo, é algo inédito na história humana, o que é muito salutar. Pela primeira vez, todos concordam que algo precisa ser feito, urgentemente. Embora diferentes, viemos todos da mesma fonte, assim como a luz que ao incidir sobre o prisma, se converte nas sete cores do espectro solar. A chama sagrada arde em todas as coisas. Por esse motivo, todos os seres, animados ou inanimados, merecem igual respeito.
Este ano, mais do que nunca, vamos deixar o Sol entrar em nossas vidas. Vamos nos esforçar para sentir nossa unidade com todas as criaturas, inclusive nossa Mãe Terra. Vamos espalhar Luz e Amor à nossa volta, vamos ser generosos como o Sol, que brilha sobre bons e maus, justos e injustos, e ilumina tanto o palácio de mármore, quanto o humilde barraco de tábuas. O Sol também simboliza o Amor. O único antídoto eficaz contra o ódio é o Amor. Essa é a receita que o doce Mestre nos apontou quando disse, “Amai-vos uns aos outros como a si mesmos”.
Como ainda estamos longe de aprender o verdadeiro significado dessas palavras, dois mil anos depois delas terem sido pronunciadas… Este ano vamos pelo menos tentar?