Desde muito jovem eu costumava ler sobre signos e ficava intrigada com o que eu chamava de coincidências, mas nunca imaginei que fosse um estudo tão profundo e complexo. Eu pensava que a Astrologia se limitasse a descrever as características dos signos solares, não sabia que esse conhecimento pudesse ser capaz de auxiliar na escolha da profissão, orientar investimentos ou identificar doenças. Mais do que isso, a Astrologia me trouxe uma dádiva: ela me abriu os olhos para uma outra realidade e revelou um universo de possibilidades, que vai da compreensão do outro ao entendimento de mim mesma. Devo tudo a ela: o sentimento de realização e de ser útil ao meu próximo, a alegria de compartilhar com outras pessoas o conhecimento e a visão de mundo que ela me trouxe, e a autovalorização como ser humano.
De onde veio essa arte, essa linguagem simbólica, como afirmam alguns, esta “pseudociência” como dizem outros, ou charlatanismo, como querem seus inimigos? Só podemos dizer que não sabemos. Suas origens se perdem na poeira do Tempo, mas sabemos que ela está entre os primeiros aprendizados da Humanidade, pois há registros que datam de 5.000 a 6.000 anos atrás. Tudo indica que ela tenha surgido na Mesopotâmia e daí se expandido por todo o mundo antigo: Egito, Grécia e Roma. Remontando aos primeiros tempos da Grécia, a Astrologia era uma prática amplamente aceita e respeitada, tanto que Hipócrates, o pai da Medicina moderna, declarou que a Astrologia deveria ser parte integrante da educação de toda pessoa que pretendesse curar os doentes. Através dos árabes a Astrologia chegou à Europa na Idade Média, mas as civilizações pré-colombianas da América também já a conheciam, como os Astecas e os Maias.
A Astrologia precedeu a Astronomia, e durante séculos formaram uma só ciência, pois para estudar a influência dos astros, os astrólogos precisavam antes determinar com exatidão as posições planetárias e fazer complexos cálculos matemáticos. Muito tempo depois, provavelmente por imposição da igreja católica, surgiu o termo “astrônomo”, para diferenciar aqueles cujos ensinamentos e crenças estavam de acordo com o dogma dominante, daqueles que insistiam em afirmar que os astros influenciavam a vida humana, atitude punida com excomunhão, ou pior, com a pena de morte na fogueira.
Portanto na Idade Média, época de Galileu, de Copérnico e de Kepler, o termo Astronomia não existia e eles eram sim, astrólogos, e não astrônomos, como o falecido Carl Sagan e outros astrônomos, gostariam que acreditássemos. Antes de 1500, todos os locais mais importantes de aprendizado da Europa, todas as universidades, tinham uma faculdade e uma cadeira de Astrologia. Por muitos anos ela foi respeitada e ensinada como a ciência que investiga a ação dos corpos celestes sobre os seres animados e inanimados. As mais avançadas inteligências da Humanidade a ela dedicaram seu precioso tempo e admiração; homens como Kepler, Dante Alighieri, Isaac Newton, São Tomas de Aquino, Shakespeare, Balzac, Francis Bacon, Mark Twain, Goethe, Fernando Pessoa e Carl G. Jung, entre outros.
Em essência, a Astrologia é o estudo dos ciclos da natureza, e dos seus inter-relacionamentos. Hoje em dia reconhecemos a Astronomia como a ciência e a Astrologia como uma tecnologia que extrai dados da Astronomia e coloca essa ciência em prática traçando analogias entre as posições dos astros no céu e a vida humana aqui na Terra. A Astrologia tem como objetivo levar o indivíduo a conhecer a si mesmo, desenvolvendo e obtendo o máximo de seus talentos e potencialidades, ao mesmo tempo em que possibilita identificar e corrigir aspectos menos positivos de sua personalidade.
O mapa astrológico, ferramenta de trabalho de todo astrólogo, é um gráfico gerado a partir de dados astronômicos que retrata o céu, tal como podia ser observado, no dia, hora e local exato do nascimento de determinada pessoa. Este diagrama da esfera celeste, é na verdade um momento congelado no tempo e no espaço, onde estão dispostos, o Sol, a Lua e os outros planetas do nosso sistema solar – Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão. Através da análise de suas posições no mapa, e pelas angulações que formam entre si, o astrólogo pode avaliar a natureza e a qualidade das energias que esses astros simbolizam ou representam, e que estão atuando sobre o indivíduo. Dessa forma o mapa astrológico possibilita a compreensão da personalidade e também a identificação do processo de desenvolvimento que está sendo vivenciado no momento. Contudo, a atitude da pessoa é que irá determinar o bom ou mau uso que ela faz dos talentos ou potencialidades que possui.
Fazendo analogia com uma semente de árvore diríamos que a semente traz em si, potencialmente, a árvore inteira que ela poderá vir a ser quando plenamente desenvolvida, desde que conte com as condições ideais de luz, umidade e nutrientes. Caso contrário, poderá atrofiar e nunca chegar a ser uma árvore adulta, dando flores, frutos e sombra a todos que dela se acercarem, pois a promessa da semente não se realizou.
Quando alguém conhece seu mapa Natal entra em contato com sua programação original, aquilo que lhe foi destinado pelo plano divino. Com mais consciência de si mesma, a pessoa tem condição de buscar a maneira mais favorável, os caminhos mais rápidos para seu pleno desenvolvimento e realização pessoal. Ela tem a chance de se tornar mais daquilo que realmente está destinada a ser.
Carl G. Jung, disse que, quando não estamos em contato consciente com as coisas que nos acontecem, com o momento que estamos vivendo, tudo acaba nos parecendo obra do acaso, pensamos que não temos nada a ver com aquilo, não nos sentimos responsáveis, nem reconhecemos nosso papel nos acontecimentos. Mas quando a pessoa está conscientemente em contato com seu Eu Interior, a Astrologia pode lhe oferecer meios de compreender as fases de auto desenvolvimento que estão sendo vividas, para que ela possa enfrentá-las e usá-las como grandes oportunidades de crescimento e transformação pessoal.
E acreditem, essa viagem vale a pena!