Astrologia Kármica

Divani TerçarolliArtigos, Astrologia Prática

Muitas pessoas me perguntam o que vem a ser Astrologia Kármica. Na verdade é preciso esclarecer que toda Astrologia é kármica, desde que se admita que os dons, positivos ou negativos, mostrados no mapa natal não são herança genética, que deve haver um motivo para que alguns sejam tão bem dotados pela sorte, enquanto outros parecem ter sido deserdados por ela, tanto material quanto emocionalmente.

Esse motivo chama-se Karma (do sânscrito: Karma, Karman ou em português, Carma).

No oriente a prática astrológica sempre esteve ligada aos conceitos de Reencarnação e de Karma. Já a idéia que a maioria dos ocidentais faz do Karma, é de algo negativo: dizemos que uma pessoa ou uma situação difícil é nosso Karma. Vamos fazer um parêntese aqui para explicar a noção de Karma – Karma é equilíbrio, polaridade, é a contrapartida de uma ação. Assim como na Lei da Mecânica de Newton – a cada ação corresponde uma reação igual e em sentido contrário. Portanto Karma é neutro ! Sua manifestação depende da natureza da ação que o originou, se boa ou má.

A tradição astrológica ocidental, firmada a partir dos escritos de Ptolomeu, Kepler e Morin de Villefranche, para citar os mais significativos, desenvolveu-se centrada nos acontecimentos, nos eventos exteriores da vida humana e não em suas causas. Foi apenas no fim do século XIX que os pioneiros da Astrologia Esotérica – teósofos, antropósofos e rosacruzes – foram beber das águas das tradições Hindu e Budista. Entre eles, estava o inglês Alan Leo. Segundo Leo, a Astrologia não teria valor e seria até mesmo inútil em nos ajudar a entender os problemas das desigualdades da vida humana, sem os ensinamentos referentes à Reencarnação e ao Karma.

É claro que se pode estudar Astrologia sem levar em conta essas idéias, mas é como estudar o corpo humano como se fosse apenas uma máquina, sem avaliar o quanto a natureza emocional e psicológica, influencia esse maravilhoso mecanismo.

Conhecedores dessas verdades, os orientais procuram viver de modo a evitar criar Karma negativo e, conseqüentemente, reencarnações humilhantes e dolorosas. Alcançar um estágio elevado de evolução espiritual, onde não seja mais preciso reencarnar-se, é o objetivo de suas vidas.

Paranahansa Yogananda, um dos primeiros mestres indianos a expor suas idéias no ocidente disse, acerca da Astrologia, que uma criança nasce num dia e numa hora em que os raios celestes estão em harmonia matemática com o seu Karma individual. Seu horóscopo é um retrato desafiador que revela o seu passado inalterável e os seus prováveis resultados futuros. Diz ele ainda que: as sementes do Karma passado não podem germinar se forem queimadas no divino fogo da Sabedoria. Quanto mais profunda for a auto compreensão do Homem, mais ele influenciará o Universo e menos será afetado pelo fluxo dos fenômenos (leia-se: Karma).

É importante ressaltar aqui que, para o astrólogo de orientação kármica, o mais importante é saber como utilizamos nossos recursos, não quem fomos em vidas anteriores, assim, vários fatores no mapa astrológico, como planetas posicionados nas casas ou nos signos tidos como kármicos, retrogradações e interceptações, contatos entre planetas pessoais e exteriores, nodos lunares, etc., nos fornecem algumas pistas, indicam o uso devido ou indevido que fizemos de nossos talentos no passado, fruto de nossa liberdade e de nosso livre arbítrio. Não podemos culpar as estrelas. Tentar melhorar continuamente como ser humano, procurar evoluir moral, emocional e espiritualmente, é um sinal de que se começa a trilhar o caminho da sabedoria.