Apesar da crescente aceitação da Astrologia, ainda há muito preconceito contra o qual temos que lutar se quisermos trabalhar como astrólogos. Quantos já viram um sorriso irônico no rosto de um amigo ou parente quando revelaram seu interesse pela Astrologia? Isso se deve à ignorância a respeito do que é Astrologia.
O contato que a maioria das pessoas tem com a Astrologia é através das colunas de horóscopos dos jornais. É nosso dever, enquanto estudantes ou profissionais de Astrologia, ajudar a combater o preconceito e tentar educar o público para que obtenha uma visão mais realista acerca da Astrologia. Isso não é coisa que se consiga da noite para o dia, mas temos que assumir nossa parcela de responsabilidade nessa luta.
O principal propósito da Astrologia é ajudar as pessoas a realizarem seu potencial de desenvolvimento individual, e a aceitarem a si mesmas e aos outros, melhorando seus relacionamentos pessoais, profissionais e sociais.
Para isso, é preciso que o astrólogo tenha, acima de tudo bom senso, e uma responsabilidade moral acima da média. Isso sem falar de muito conhecimento e auto confiança. Tem que fazer um trabalho de qualidade, sério, prático e honesto. Tem que usar a Astrologia para beneficiar o homem e não para seu auto-engrandecimento. Infelizmente não é essa a imagem que a maioria dos astrólogos projeta…
O arquétipo de mago paira sobre o astrólogo, assim como o arquétipo de pajé, paira sobre o médico, e muitos profissionais se deixam fascinar por esse poder causando danos psicológicos irreparáveis aos seus pobres clientes. Os maus profissionais costumam encarnar vários personagens, desde os especialistas em interpretações negativas, passando pelos que tentam enquadrar todos os clientes em algum tipo de diagnóstico psicológico, pelos medrosos, que acham que somos algum tipo de joguete das forças cósmicas, pelos que procuram agradar, dizendo apenas coisas agradáveis, os mal-intencionados, que querem manipular ou programar a vida dos clientes, até os completamente incompetentes, que possuem apenas conhecimentos superficiais de Astrologia – e são os mais destrutivos de todos.
O verdadeiro astrólogo é antes de tudo um ser humano comum, a quem as pessoas procuram em busca de orientação e esclarecimento. Ele não é algum tipo de guru, nem tem poderes sobrenaturais, e sim um conselheiro ou consultor. A Astrologia funciona como o instrumento facilitador desse aconselhamento através do mapa astrológico, a ferramenta de trabalho do astrólogo, calculado para a data, hora e local de nascimento do cliente. Portanto, a consulta astrológica é um diálogo, e quanto mais informações o astrólogo tiver sobre o cliente, mais eficiente e enriquecedora será a consulta.
O objetivo da consulta astrológica é ajudar a pessoa a reconhecer sua participação nos ciclos e eventos cósmicos e a ter uma perspectiva mais realista acerca de si mesma e de suas relações com o mundo exterior, identificando um sentido ou significado acerca das situações que estão sendo vividas, e desenvolvendo a autoconsciência.
O astrólogo responsável sabe que o contato pessoal com o cliente é imprescindível para saber como ele está vivenciando o potencial mostrado pelo mapa.
O astrólogo responsável, crê que “os astros inclinam, mas não determinam”, e que o ser humano é dotado de livre arbítrio e de força de vontade, para enfrentar e modificar condições adversas encontradas em seu mapa astrológico de nascimento.
O astrólogo responsável é humilde, não se envaidece dos clientes que atende, mantendo sigilo absoluto sobre suas identidades e o teor das consultas. Ele sabe que todo o mérito pertence à Astrologia, da qual é apenas um intérprete.