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Muitas vezes sou confrontada com relatos de comportamentos pouco éticos da parte de colegas. Quem não ouviu uma história de cliente traumatizado por afirmações descabidas ou verdadeiras “profecias” maléficas feitas por astrólogos como, a impossibilidade de ter filhos, de alcançar uma melhora profissional, curar-se de uma doença ou outras coisas desse tipo?
Recentemente, uma cliente relatou até ter sido roubada pelo astrólogo ao qual havia adiantado uma parte do valor do atendimento e este declarou não ter recebido o tal valor fazendo-a pagar pelo trabalho duas vezes.
Podemos pensar que isto acontece em outras profissões também, mas o fato de “nossa arte” já ser associada, muitas vezes, a chalatanismo por pessoas que se autodenominam astrólogas sem o serem, complica ainda mais a situação e gera desconfiança entre os clientes.
A única forma de combater isto é através de uma postura ética e transparente onde o cliente saiba de antemão o que deve e o que não deve esperar de uma consulta astrológica. Por acreditar e trabalhar para isto que incluo em minhas aulas o tema da Ética Profissional. Transcrevo abaixo alguns tópicos tratados nas nossas aulas do curso de formação de astrólogos.
Abraços,
Divani Terçarolli
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O Astrólogo e seu cliente
A pesar da crescente aceitação da Astrologia atualmente, ainda há muito preconceito contra o qual temos que lutar se quisermos trabalhar como astrólogos. A maioria de nós já surpreendeu um sorriso irônico no rosto de algum parente ou amigo, quando revelou seu interesse pela Astrologia. Isso se deve à ignorância a respeito do que é Astrologia. O contato que a maioria das pessoas têm com a Astrologia é a através das colunas de horóscopos dos jornais. É nosso dever enquanto estudantes, ou profissionais da Astrologia, ajudar a combater o preconceito e tentar educar o público para que obtenha uma visão mais realista acerca da Astrologia.
Isso não é coisa que se consiga da noite para o dia mas temos que assumir nossa parcela de responsabilidade nessa luta.
Charles Carter afirmou, há mais de 50 anos atrás, que apenas as pessoas dotadas de um bom senso e de uma responsabilidade acima da média, deveriam estudar Astrologia. Isso é especialmente verdadeiro quando se sabe que o principal propósito da Astrologia é ajudar as pessoas a realizarem seu potencial de desenvolvimento individual, e a aceitarem a si mesmas e aos outros, melhorando seus relacionamentos pessoais, profissionais e sociais.
Para desempenhar essa tarefa, o astrólogo tem que ter responsabilidade moral, muito conhecimento e autoconfiança. Tem que realizar um trabalho de qualidade, sério, prático e honesto. Usar a Astrologia para beneficiar o ser humano e não para seu auto
engrandecimento.
Infelizmente não é essa a imagem que a maioria dos astrólogos projeta. O arquétipo de mago paira sobre o astrólogo assim como o arquétipo de pajé, sobre o médico, e muitos profissionais se deixam fascinar por esse poder, causando danos psicológicos irreparáveis aos seus pobres clientes. Segundo Donna Cunninghamm, os astrólogos encarnam vários personagens – existem os especialistas em interpretações negativas; os que tentam enquadrar todos os clientes em algum tipo de diagnóstico psicológico; os medrosos, que acham que somos meros marionetes de forças cósmicas; os que querem agradar, dizendo só coisas agradáveis; os mal-intencionados, que querem manipular ou programar a vida dos clientes, e os completamente incompetentes, que possuem apenas conhecimentos superficiais de Astrologia e são os mais destrutivos de todos.
O bom astrólogo tem respeito pelo cliente e por sua individualidade; é positivo em sua abordagem e não tem idéias maniqueístas sobre planetas benéficos e maléficos. Equilibrado em suas observações, deseja ajudar o cliente a se encontrar e indica onde estão as melhores oportunidades de crescimento.
O profissional de Astrologia
O astrólogo é antes de tudo um ser humano comum, a quem as pessoas procuram em busca de ajuda, orientação e esclarecimento. Sua principal função é a de conselheiro ou consultor, e a Astrologia, funciona como o instrumento facilitador desse aconselhamento.
O astrólogo levanta a carta astrológica do cliente a partir de dados como data, hora e local de nascimento e a analisa segundo a linguagem astrológica. Ele pode desenhar o mapa artesanalmente ou imprimi-lo via computador, o que importa é a interpretação.
Ele não é um guru nem tem poderes sobrenaturais, pois a consulta astrológica não é uma exibição de poder.
Quanto mais informações o astrólogo tiver sobre o cliente, mais eficiente e enriquecedora será a consulta.
O objetivo da consulta astrológica é ajudar a pessoa a reconhecer sua participação nos ciclos e eventos cósmicos, e a ter uma perspectiva mais realista acerca de si mesma e das suas relações com o mundo exterior.
A consulta deve ajudar a pessoa a obter um sentido, um significado e obter maior consciência acerca das situações que ela está vivendo.
O astrólogo deve conversar com o cliente pessoalmente e lhe entregar uma gravação do atendimento, para que ele possa ouvir depois, refletir e, eventualmente, retornar para esclarecer duvidas e não um calhamaço de impressos de computador, indecifráveis e inúteis,
apenas para justificar o preço cobrado.
O astrólogo responsável não amedronta o cliente, não faz afirmações descabidas nem profecias; ele crê que os astros inclinam mas não obrigam e que o homem sábio, governa suas estrelas, pois o ser humano possui livre arbítrio para dispor de sua vida como quiser.
O astrólogo responsável não alimenta a dependência do cliente, apenas orienta, transmite o significado do momento que está sendo vivido, sem interferir no livre-arbítrio do cliente.
O astrólogo responsável não faz previsões de morte, nem elecionais para nascimentos, pois sabe que uma alma só desce à matéria, quando existe harmonia matemática entre o Cosmos e o seu Karma pessoal. Também não faz mapas de sinastria sem o conhecimento de todas as pessoas envolvidas.
O astrólogo responsável mantém sigilo absoluto sobre a identidade do cliente e o teor da consulta.
O astrólogo responsável é humilde, pois sabe que os méritos não são seus, e sim da Astrologia, da qual ele é apenas um intérprete.
O astrólogo responsável sabe que o contato pessoal com o cliente é imprescindível para se saber como ele está utilizando o potencial mostrado pelo mapa, pois se há uma coisa que um computador nunca poderá fazer, é substituir o ser humano em seu discernimento.
A Consulta astrológica
Desde o primeiro contato com o cliente, observando sua forma de falar, de vestir, de gesticular, etc., vamos formando uma idéia a respeito do ser humano que temos diante de nós. Conhecer as expectativas do cliente sobre a consulta é imprescindível. Se alguém nos recomendou a ele, essa pessoa deve ter passado alguma informação a nosso respeito e isso irá transparecer na conversa e na expectativa do cliente. O próprio cliente deve ligar para agendar o atendimento, pois consultas marcadas por terceiros podem ser fruto do entusiasmo passageiro de alguém que está pressionando a pessoa a partir de sua própria experiência com
a Astrologia.
Não devemos ter receio de pedir ao cliente que faça um depósito antecipado em conta bancária, à título de sinal, para confirmar a disposição de comparecer ao compromisso.
Exigir que o cliente seja pontual, deixa claro que o assunto é sério e não uma conversa de comadres.
Em contrapartida, como profissionais, devemos ser organizados e nos prepararmos adequadamente para a consulta. Fazer o cliente se sentir à vontade, não forçar a interpretação. Falar corretamente, escolhendo as palavras, e a maneira de expressá-las; evitar
o uso de jargão - o popular astrologuês.
Saber ouvir o cliente, deixá-lo desabafar, para então ‘desanuviar’ o ambiente. Ajudá-lo a compreender a si mesmo e as pessoas à sua volta. Fazê-lo ver a importância que têm os relacionamentos no seu processo de crescimento. Promover a compreensão à respeito do
momento atual.
Se não soubermos algo ou não pudermos ajudá-lo, não devemos hesitar em encaminhá-lo a outro profissional ou terapeuta. Levá-lo a perceber a importância do tempo na solução dos problemas, fazê-lo ver que tudo passará.
Não tentar enquadrar o cliente no mapa, mas sim, trazer o mapa à vida que está sendo vivida pelo cliente.
Encorajar sempre e sempre e sempre! Nunca perder de vista, o fato de que não é de um mapa que estamos falando, e sim de um Ser Humano.
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Excerto da apostila Prática e Ética Profissional de Divani Mogames Terçarolli - Tel:11 9246-1381
e-mail: divani@astrobrasil.com.br
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“O que é mais importante: o Sol ou o Ascendente?”
